Na semana passada eu postei uma enquete no meu Instagram com a seguinte pergunta: “Você
concorda que o ensino nas escolas, pós pandemia, nunca mais será o mesmo? 87% dos meus
seguidores que leram a enquete, gentilmente, responderam que sim e 14% responderam que
não.

Vamos aos fatos.

A forma de aprender e ensinar foi impactada pelas tecnologias de informação e comunicação –
as TICs – e isso é uma realidade que ninguém pode negar. Hoje, acessando um buscador de
respostas podemos compreender, aprender e reproduzir qualquer conhecimento.

A forma com que os seres humanos se relacionam uns com os outros, utilizando a
comunicação, movimenta a história e muda a organização da sociedade. Isso aconteceu com a
invenção do telégrafo, do telefone, no advento dos computadores em rede e, atualmente,
com a facilidade de nos comunicarmos com um aparelho pessoal – os mobile- presentes nas
mãos de quase a maioria da população do planeta, todos ligados por redes da web, a história
da humanidade mudou radicalmente, em menos de 10 anos.

Nesses aparelhos podemos assistir e ouvir algumas guerras sendo combinadas e realizadas e,
ainda, encontros, namoros, informações verdadeiras, pedidos de socorro, agradecimentos,
mentiras, conhecimentos sobre as doenças, sobre a História e de lugares que nunca vimos ou
jamais iremos etc.

Atualmente, podemos escolher em qual plataforma de comunicação queremos assistir a um
filme ou ouvir uma música sem sair de casa e, nem ao menos, sem dispensar o cinema e o
rádio que convivem nesse emaranhado de meios de comunicação. Fico a imaginar como terá
sido a pandemia de 1918 sem internet!

Nessa cultura da convergência passamos do papel para o digital, do digital para o on line, do
on line para a palma da mão… O conhecimento produzido pela humanidade, ontem e hoje,
está distribuído em várias plataformas, onde qualquer ser humano com um computador e
acesso à internet poderá se apropriar.

A cultura da convergência, que é o nome que a ciência social dá a esse fenômeno da
distribuição e aceso do conhecimento, ocorre dentro do nosso cérebro, provocando um
movimento migratório na busca das informações e na forma de como aprendemos.

Nesse ambiente de transformações e liquidez do conhecimento é impossível que tudo isso não
afete a forma de ensinar nas escolas. Nós, educadores e gestores da educação, temos um
desafio muito grande pela frente que não pode ser mais adiado: a organização pedagógica do
ensino escolar brasileiro e a formação de pedagogos e de todas as outras licenciaturas.

Além disso, as crianças e jovens, que frequentam `as escolas públicas, precisam de estrutura
adequada para acompanhar o ensino que utiliza todo esse avanço tecnológico, no processo de
aprendizagem.

 

Por Solange Padilha
Mestre em Educação