Existe uma nova Geração que chega à Universidade: em 10 anos, a Geração Z terá chegado inteira aos bancos universitários. Estes jovens, nascidos entre 1990 e 2010, não conheceram o mundo sem a internet. Resultado é que sua escrita e seus relacionamentos se dão mais na esfera digital que real, e de forma mais natural. É uma geração cujo relacionamento se opera mais globalmente, e está conectada com questões ambientais, sustentabilidade, coletividade e responsabilidade social. Querem fazer o que amam. Não acham que um investimento de tempo e esforço se justifique por uma recompensa futura. O que não significa que não possuam grandes aspirações. Pelo contrário, a maioria tem ou planeja ter seu próprio negócio. E não quer passar anos planejando isso. As startups, empresas de pequeno porte e inovadoras, tem por meta inicial lançar seus MVPs, ou mínimo produto viável, distribuir aos mercados algo para que seja observado, testado e com isso possam coletar dados para melhorar os produtos. O que isso tem a ver com educação? Tudo! Os alunos que chegarão ao ensino superior não estão mais interessados no mercado de trabalho, ao menos não em vagas de emprego. E pouco provavelmente estarão dispostos a estarem 4 ou 5 anos na espera em desenvolver-se profissionalmente. Querem apoio para experimentar e empreender. Compreender esta geração e adaptar a gestão acadêmica é fundamental, pois outra característica importante é a capacidade destes jovens de mudar e de adaptar-se a novas realidades com extrema facilidade. Nada parecido com a geração de seus pais ou avós, para quem construir uma carreira era uma decisão para o resto da vida. Estes jovens estão preparados para construir “N” negócios, falhar e recomeçar quantas vezes for preciso.

A sua jornada está mais associada à curtir o caminho percorrido que propriamente chegar a um destino ou objetivo final. A realização profissional está associada ao prazer e não a recompensas. Querem trabalhar com paixão, ou associar suas paixões e gostos pessoais a uma atividade laboral. Ter sucesso é ter prazer e gosto pela vida. Nada que ver com ter um carro, casa ou altos rendimentos.

Os jovens são impacientes, pois sabem conectar-se a qualquer parte do mundo em alta velocidade. Logo, não toleram burocracias ou regras que não possam compreender. São imediatistas e estimulam-se por tarefas e ganhos de curto prazo. Não compreendem ou toleram muitos níveis de hierarquias. Faz mais sentido para eles muitas vezes formatos informais de educação do que um curso regulado. Estão acostumados com um mundo que compartilha espaços e faz seus próprios horários. A flexibilidade fascina a Geração Z.

Se as Universidades souberem encantar estes alunos tanto com  projetos quanto com a possibilidade de desenvolverem novas competências e habilidades, com autonomia e colaboração conjunta, os terão presentes e ativos.